Panorama da música erudita brasileira no século XX
Sinopse
Num concerto inteiramente dedicado à musica erudita do Brasil, reunimos três dos seus maiores compositores do século XX, de referencia universal. Numa viagem embalada pela suave e bem humorada melancolia tropical de H. Villa-Lobos, com paragem para apreciar a vibrante paisagem do Sertão de Lorenzo Fernândes, terminaremos em festa com J. Medaglia e a energia contagiante que só os ritmos brasileiros nos fazem sentir.
Notas ao Programa
Composto em 1915, em Nova Friburgo (Brasil), o quarteto de cordas nº1 de Heitor Villa-Lobos é formado por seis andamentos curtos e contrastantes. Embora o compositor seja reconhecido por usar na sua música elementos que nos remetem para o nacionalismo brasileiro, essa característica ainda não é muito evidente nesta obra. Conhecida pela exigencia da sua técnica instrumental, requer uma preparação individual minunciosa por parte dos músicos para que, em conjunto, possam interpretar as polirritmias e cordas dobradas em intervalos de quartas e quintas, especialmente dificeis de executar.
Lorenzo Fernândez foi compositor, maestro, professor, e, juntamente com Heitor Villa-Lobos, um marco importante na educação musical brasileira. Os seus pais queriam que estudasse medicina, mas, ironia do destino, foi surpreendido por um distúrbio nervoso antes de iniciar o curso. Aconselhado a repousar e relaxar através da música pelo médico da familia, foi impossível conter o seu impulso artístico e criativo desde então. De personalidade singular e independencia estética, revelou-se o compositor que escutaremos no Opus 37, uma das suas obras destacadas no que à música de câmara diz respeito.
Fascinado pelo violino de uma empregada da família, Júlio Medaglia começa a estudar o instrumento aos doze anos de idade. Passado pouco tempo ingressa numa orquestra amadora e progride nos seus estudos musicais. Faz o seu aperfeiçoamento musical na Alemanha como aluno de Boulez, Stockhausen e Barbirolli. Compositor, arranjador e maestro de orquestra, é longa a sua carreira com concertos realizados no Brasil e na Europa. Incansavel divulgador da música erudita em programas de rádio e televisão, foi também quem deu inicio ao célebre movimento artístico “Tropicalismo”, com o arranjo da canção Tropicália, de Caetano Veloso. A Suite Popular Brasileira é a composição que convidamos a escutar neste concerto. Escutar e dançar, porque não vai ficar indiferente à presença rítmica desta obra.
Obras de H. VILLA-LOBOS, O. LORENZO FERNÂNDEZ E J. MEDAGLIA
Programa
H. VILLA-LOBOS (1887-1959)
Quarteto de Cordas nº 1, W099
I. "Cantilena" (Andante)
II. "Brincadeira" (Allegretto scherzando)
III. "Canto lírico" (Moderato)
IV. "Cançoneta" (Andantino quasi allegretto)
V. "Melancolia" (Lento)
VI. "Saltando como um Saci" (Allegro)
O. LORENZO FERNÂNDEZ (1897 – 1948)
Suite para quinteto de instrumentos de sopro, Op.37
I. Pastoral (Crepúsculo no Sertão)
II. Fuga (Sacy-Pererê)
III. Canção (Canção da Madrugada)
IV. Scherzo (Alegria da Manhã)
J. MEDAGLIA
Suite popular brasileira
I. Choro
II. Baião
III.Seresta
IV. Frevo
Agrupamento de música de câmara da Orquestra Clássica do Sul
Ana Catarina Costa, flauta (convidada)
Catarina Silva, oboé
Pedro Nuno, clarinete
Cândida Nunes, fagote
Todd Sheldrick, trompa
Alma Ramirez, Emilian Petrov, violinos
Ivetta Natzkaya, viola
Ana Luísa Marques, violoncelo
60 minutos s/ intervalo, Duração
25/06
SILVES
Igreja Matriz de Armação de Pêra
21h00
Entrada Livre
Município de Silves, Organização